quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A casa fria, a ventania refletia nas cortinas, e era possivel ouvir ruídos, que pareciam de desgosto, mas não passava de ventania. Sentia-me até estranha por estar ali sozinha, e ainda não sentir algo que eu pudesse apelidar de medo. Ao mesmo tempo que parecia assustador, era tranquilo e o frio, fazia-me sentir bem. Sentir arrepiar, algo que há longo tempo não sentia... É um encomodo bom. Prazeroso talvez. E ali não faltava isso, segundos então se multiplicavam virando intensas horas, inacabaveis. Já havia pegado no sono algumas vezes e ainda permanecia ali, ninguém que havia prometido, voltara. Acordara agora na escuridão total, não sabia porque não havia deixado as luzes acesas, porém não faria lógica, pois no ultimo momento acordada que me lembro, o crepúsculo ainda reinava, e mesmo sombrio, não havia necessidades de luzes. Sou da escuridão. Normalmente procuro pela tal. Tudo bem, não em uma casa onde não conhecia e estava totalmente sozinha. Nem me lembrava mais onde poderia acender as luzes, com receio nem me mexi direito... E o medo que eu orgulhosamente proclamava não ter, aproximava-se.
Abri meus olhos. Obviamente, havia perdido mais uns minutos, "apenas descansando os olhos", famoso termo que usava para quando não queria admitir o sono. O frio já me lembrava quão cruel é, e que é mais que um encomodo bom. Encomodo me lembrava de que não poderia permanecer ali, precisava fazer algo. Mas havia prometido que esperaria ali, e que quando voltasse estaria tudo nos conformes, sem nada fora do lugar. Apesar que mesmo se eu revirasse a pequena casa inteira, não faria diferença, pra ele era tão nova quanto pra mim, ele também não a conhecia.
As cortinas ainda balançavam, com menos vigor, porém marcavam presença. O vento de noite era mais frio, porém colaborava mais com a minha sensibilidade auditiva e já não "ruivava" mais, logo, visitava os lugares com menos velocidade. [...]

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