terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ela podia acreditar nas palavras dele. Mas sentia que era preciso talvez um estímulo maior. Frações de segundos passaram, Gabriel mantia-se quieto, e sério, como costumava ser. Clara, agora, tinha uma resposta. Não há como em seis dias conhecer alguém perfeitamente. Perfeitamente é algo complexo, é algo muito grande que ao mesmo tempo abrange pequenos detalhes, mínimos e muitos detalhes eu diria. E se o que conhecera dele, fosse suficiente naturalmente estaria mais calma, por conseguir entender o que no fundo, e o que de verdade, Gabriel queria dizer. Mesmo com um silêncio que talvez indicasse o que a menina mais temia. Ela apenas queria que Gabriel entendesse que o estar ali dele, valia pra ela algo talvez, algo que não consegueria explicar. E ela não tinha nem forças para se desculpar. Desculpar por ter se envolvido demais, e necessitar o contato. Gabriel se aproximou, e lentamente, ambos deitaram, em vista de um céu que agora já indicariam aproximadamente às nove. Sem saber o que havia por vir, Clara de uma certa forma, no fundo sentia-se bem, afinal, o calor humano que podia sentir era o dele. Talvez tudo que Clara quisesse ouvir, fosse frases como "não se preocupe" ou algo relacionado que a tirasse desse mar de aflição que vinha passando por esperar um fim, mas foi o poder das palavras que o trouxera para perto, e talvez o mesmo pudesse o levar. Permaneceu quieta então. Para que pudesse polpar de conversar sobre o que talvez não agradia nenhum dos dois, ou ele em principal. A brisa aumentara, muito, conforme os minutos passavam, e o silêncio não havia sido destruído. Era de esperar de Gabriel, ao menos. Mas Clara não. Clara sempre com apelido de tagarela na escola, falar era seu ponto de desabafo, falar o que pensa e o que não gosta, inclusive era essa a relação que havia construído com Gabriel. Ele sempre soube muito o que Clara pensava, e ele sempre com o tom do Mistério. Os pensamentos de Clara talvez não fossem os mesmo do garoto. O dela, passava pelos momentos passados, pelas coisas que ouviu, e pelas sensações estranhas que conheceu após ter a honra de conhece-lo. O dele... Certamente estava longe. Talvez tão longe de tudo. Longe dali. Ambos desfrutavam agora, um céu magnifico, um tapete estrelado, e uma lua que refletia bem no meio do lago, iluminando-os. Clara suspirou para chamar de alguma maneira atenção. Teve como resposta um olhar. Que refletia todos os seus próprios pensamentos. Um olhar que a entorpeceu, que consegueria tudo ao seu favor, que dominava-a. E preferiria mil vezes esta vista, do que o imenso mar de estrelas que parecia morto no momento para chamar atenção da menina como quanto a resposta que teve. Era um olhar que já intimidara antes, mas agora era algo necessário talvez... Ou algo que queria loucamente. Passou a pequena mão em seu rosto quente, na região da barba à fazer. Ela gloriosamente conseguiu então, pensar no momento e esquecer coisas que haviam se concretizados ou algo que poderia estar por vir. No céu brilhou uma estrelha cadente. E se pedidos se realizassem aquela noite não teria fim.
- Acorda... ! - Atordoada, Clara estava diante de um dos momentos mais... sem explicações de sua vida.
Gabriel, olhava pra ela, sorrindo. E como plano de fundo, havia um nascer do sol.
Sentia que seus olhos brilhavam, por estar ali, diante disso. Mas ao mesmo tempo, sentia-se estranha, pois agora já não tocava mais em Gabriel... E não conseguia enteder se tudo não havia passado de um sonho, ou se tudo era real.

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