sexta-feira, 10 de setembro de 2010

- Saia do carro imediatamente ! - Gritava comigo como se de alguma forma me causasse algum tipo de medo. - Estou falando sério.
Eu e ela sabiamos que todo aquele escandalo, não adiantaria nada. Afinal, nem ela queria que eu saisse do "pequeno" Fox amarelo.
- Estou cansada. - Me preocupei pela primeira vez quando a vi chorar. Em todo esse tempo, era um ato que ela não acostumava fazer, vivia sempre sorrindo. E vê-la daquela forma, me agoniou.
- Você quer mesmo que eu saia? - Perguntei receioso, esperando um "não".
- Na verdade, sim. É o que eu sempre quero, mas você sempre arranja uma forma de permanecer perto de mim. Fazendo com que eu não consiga me afastar de você.
- Será que é porque eu gosto de você? - Além de tudo, fui sincero.
- Pode ser que sim, a maneira de que você diz gostar de mim, me cansa. Mas é íncrivel como a cada dia eu preciso ficar com você. A pior besteira foi essa... eu sempre deixar claro, que sou louca por você.
- Não te culpo por isso... é bom pra mim também, de uma certa forma.
- De uma certa forma... Você não sabe o que quer! Polpa de fazer o que tem vontade com medo das consequencias. Seu covarde! - Me deu um tapa no peito, certamente não era a intensão dela me machucar, tampouco o fez, porém doeu, não no sentido carnal.
Seu covarde! Ecoou dentro de mim, a voz doce pronunciando a verdade. Confesso que senti raiva, mas sabia que de uma certa forma, como acostumava dizer, era verdade e tudo que ela me dizia era pra me ver bem. Ao mesmo tempo que queria sair correndo do carro, mesmo sem rumo, não conseguia deixa-la partir sem mim, ela me atraía, eu "de uma certa foma" também necessitava dela.
Rapidamente, ela com as mão ainda sobre meu peito, segurei-a, como sempre, mãos geladas. Como era bom aquela sensação, a sensação da oposição, eu a aquecia, e ela me refrescava. Ao vê-la fechando os olhos, pude perceber a sensação de prazer que ela também sentia com o que eu havia proporcionado. O silêncio reinou. Talvez não fosse o certo, porém era o conveniente para tal momento. Percebi que poderia guia-la, sabia também como guia-la, e fazê-la feliz ali. Beijei-a. Da forma que gostava, da nossa forma. Sabia que se continuasse ali, aconteceria tudo novamente, após esse nosso beijo, teriamos incriveis momentos de prazer, ali mesmo como acostumavamos ter, no dia seguinte ela me buscaria em casa e sairiamos e a discussão passaria em branco. Era injusto com ela, não? Ela estava cansada. Pensei em algo do tipo "tudo bem amanhã eu peço pra gente conversar sobre a discussão'', mas em hípotese alguma no fato de ignorarmos as vontades biológias que começariam a surgir nos proximos minutos se continuassemos no ritmo. Continuei beijando-a... Depois lhe dei um abraço que dificilmente dava. E em segundos obedeci meu instinto, sai do carro. Correndo, sem direção nenhuma, mesmo com o coração apertado, não olhei para trás, tinha medo de ver a feição que ela moderia estar fazendo. Corri intensamente. Graças a todos os santos, estava perto da rua que dava diretamente na praia, corri, até a beira do mar, molhei meus pés, tentei ao máximo não pensar em nada... foi em vão, ela veio em meus pensamentos. Deitei-me e pensei que a primeira coisa que fizesse quando acordasse seria procura-la, e nada mudaria. Ao menos, mudamos a rotina.

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