segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Desculpe-me pelo maneira, está escuro, não consigo enxergar direito.
Vejo a multidão fechando todos os meus caminhos, vejo-me sozinha. O vento, que já me refrescou, no momento causa-me o frio. Uma inquietação enorme faz-me estremecer os gestos mínimos. Tenho receio de endoidecer, não de loucura, mas de ver-te apenas na minha mente escura. O meu corpo é um grito silencioso. O meu coração bate como se falasse, bate como se gritasse. A agonia de eu mesma não poder o corresponde-lo, rasga-me desde entre os seios até minhas coxas arrepiadas, rasga-me como um punhal afiadíssimo. E enquanto tudo se passa em minha volta eu continuo da mesma maneira. A dor de algo que se foi continua aqui. Algo que não pertence a mim, está faltando no meu ser. Saudade do sol. Do nascer do sol, tudo que me sobrou acabou se revertendo à escuridão, todos os momentos de glória estão sendo apagados até apenas sobrar a escuridão, todos as estrelas apagam-se aleatoriamente do meu mundo. Sim. Saudades do céu estrelado! Do cruzeiro do sul, da minguante, da nova, da cheia. Não há nada que ilumine meu caminho, aliás, o caminho que está sendo perdido, que está desabando com todos os meus pertences na minha frente. Meus pertencem são olhos. Agora tudo que eu posso ver são os olhares que rodeavam minha vida. Ameaçadores, tristes, sedutores,... e o seu. O seu era o conjunto de todos. E por pequenos fragmentos de segundos clarearam tudo em minha volta. Sinto saudade do seu brilho. Que florescerem minha alma no momento que cruza o meu. O frio aumenta cada vez mais a cada palavra, a cada suspiro de desgosto, ou de vontade de levantar-me a procura de algo à me iluminar. Pois seus olhos me deixaram. Meu mundo me deixou. Largaram-me com meus sentimentos. Mal se importam com a minha dor. A ânsia da metamorfose me consome, quero transformar-me em algo melhor, em algo escolhido, talvez em algo comparável.
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Acordarei disso logo, abrirei meus olhos e assim enxergarei além da escuridão ou além do meu mundo, enxergarei o seu, o dela, o deles, o nosso. Enxergarei um dia a realidade, sem maldade, sem ar de irônia, sem nenhum tipo de agonia. Quero poder esperar por isso, só não sei se consigo !

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