domingo, 12 de dezembro de 2010

Não havia mais ninguém, eu podia sentir meu coração bater. Nem eu mesma conseguia entender o porque disso, o porque de me sentir dessa forma. Só entendia que o causador agora também sentia-se assim, o tom de alegria atingiu por completo meu corpo quando pude perceber que estavamos no mesmo ritmo. Uma alegria triste, a mesma de sempre. Dessa vez, pela incerteza por não poder o entender nos mínimos detalhes, e por não saber quando me encontraria novamente assim.
Palavras já não eram o mais preciso, já não cabiam mais, já não faziam mais sentido algum... O nosso silêncio voltou. Ou foi daí que surgiu todo o silêncio que nos acompanha até então... De uma certa forma, eu estava completa como há tempos não ficava, ele me pertencia, naquele silêncio, nos centímetros que nos deixavam distantes, e eu queria quebra-los, para poder o abraçar e andaria por quilometros descalça na areia de um deserto para aproximar-me...
Por mais que meus pensamentos, dele fossem, voavam tentando me dar a melhor resposta para que eu pudesse entender onde tudo ia chegar, ou ao menos onde essa noite chegaria. Abri meus olhos, assim que pude senti-lo, tocando minha mão, como se fosse a primeira vez, como se fosse o único toque e calor que me aquecesse. Era divino. Sonhava com esse toque, e era o mesmo calor que me acolhia nas minhas noites de solidão... Aos poucos fomos nos unindo, e nos tornando cada vez mais fortes. "Desculpe-me por depender tanto de você", pensava comigo mesma, mas não tive coragem de romper o nosso silêncio de palavras. As palavras eram mudas, mas meus ouvidos captavam o som dos mínimos detalhes, desde os batimentos dos nossos corações, que faziam a mesma coreografia, que finalmente batiam juntos, ouvia o tom da respiração, o encher dos pulmões, a minha expiração de prazer por poder compartilhar o mesmo ar, e no mesmo instante, ouvia o arrepiar da pele, pelo nervosismo, o nervosismo que era prova que tudo realmente acontecia. Era emocionante saber que vivia em um sonho. E logo fui contemplada com o abraço mais acolhedor, protetor e aconchegante que já recebi em toda minha vida, e era ali que eu gostaria de ficar por um bom tempo, se não o tempo todo.

Imagine-me olhando nos seus olhos, minhas mãos passam pelo seu rosto, e mesmo por dentro querendo desviar, consigo te encarar, e tudo que acontece pelo mundo nesse momento é vago, sendo este um dos momentos que com mais certeza nos pertecemos um ao outro.

Precise de mim na sua rotina, nos seus dias, nas suas tardes e noite. Da minha fala do meu riso e meu toque. Precise dos meus beijos, carinhos e abraços... Precise de mim como eu preciso de você.... porque aí sim não precisaremos de mais nada...

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