domingo, 24 de outubro de 2010

Então, ela declarou a ele. Ele pode sentir um "conforto desconfortável", queria ser esquecido, queria sumir, mas necessitava disso, necessitava que alguém estivesse por ele, que alguém precisasse dele. Afinal, todo carinho é bem vindo e não queria responder nada. Como costumava fazer, não sabia o que de "a" a "z" poderia conforta-la, não sabia se algo como um suspiro, um olhar, um toque era o desejado por ela, porém sabia que depois de tudo, era preciso uma resposta. Se continuasse da forma como agia, seria um momento vazio, ele também não queria permanecer quieto, e dessa vez, ela não colaborava, permanecia com uma expressão triste e quieta tanto quanto a que ele sempre permanecera. É difícil pra ele aceitar de que a pessoa de sua vida, que todos pessoas procuram, anos de suas vidas, estava ali diante. Ele era um menino de garra. Gostava de ir atrás de seus ideais, de seus objetivos. E foi tão fácil a encontrar, que aceitar tudo isso é que era o problema. De uma coisa estava certo, ao menos, independente do que acontecesse dali pra frente, ele encontrara alguém que iria lembrar durante o sempre da sua vida. Isso talvez fosse bom, porque através dela, consequentemente não deixaria o esquecer dos momentos em que viveu nesse tempo, de seus amigos, das coisas boas da vida. Pois ele sabia viver. Era privilegiado sim. Era um ser humano e tanto. Segundos passavam, mas já não se preocupava por não saber porque, apenas ficava com as palavras dela. Gozado como levava sempre tão a sério as coisas que ela dizia. "Ao menos isso" diria ela se lesse isso. Analizava mentalmente a frase dita, e conseguia ouvir perfeitamente como se ela realmente estivesse a repetir milhares de vezes o que havia declarado, a voz dela morava em seus pensamentos e mesmo inconscientemente estavam sempre juntos, ela por sempre o lembrar, e ele por andar com a voz dela dentro dele, mesmo que não quisesse, ela conseguia fazer com que sempre estivesse com ele. E mesmo que ele não quisesse assumir tudo isso, ela sabia o que era verdade... O medo dela, era de lhe perder, por isso tanta suposições. Todas as noites, o pedido dela para que com ele sonhasse era feito. Pensava em outros, mas não havia mais o que fazer, era ele e pronto. Estaria ali por ele, precisava dele. Ele sabia disso, e o amendrontava, o valor era dado, mas o medo dele, de que ela fosse excessiva demais em todos os aspectos existia. Ninguém é perfeito pra ninguém e ele sabia disso, mas por poder ser sempre ele mesmo estaria sendo perfeito, pois ela o aceitava dessa maneira, uma das poucas que aceitaria essa hípotese. Brincavam em descobrir desenhos em nuvens, dividiam sonhos, pesadelos e até as coisas mais fúteis. Viviam dividindo coisas simples da vida, viviam juntos, mesmo que poucos, momentos quer obviamente marcariam para os dois. E tudo isso foi os caminhando para isso, e uma hora ou outra ele iria ouvir dela. E mesmo por sempre esperar que ela falasse, era inesperado, e como sempre ela o surpreendeu. Seus olhos piscaram forte, e ele sentiu uma lágrima a escorrer. Era estranho nem ele mesmo o via chorar, e ela permanecia ali, e dessa vez não havia desviado olhar e permanecia também com a determinação nos olhos. Não sei como continuou na mesma maneira ao me ver chorar, pois ela era doce, e sempre era vencida por minhas manhas baratas, mesmo agora não estar fazendo manha pois também havia me surpreendido. Talvez tenha sido a melhor maneira de responde-la. Então, ela declarou a ele que o libertaria, e interiormente estaria o esperando.

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