quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Acordei em uma manhã cinza e o café rebate a ressaca do outro dia, a luz fraca, a janela escondia, que ontem foi uma noite vazia. Meu generoso egoísmo que me fez andar a noite toda no frio, a garrafa vazia ficou no chão, embriaguei a minha solidão. Mesmo assim, nada mudou, acordei aqui do mesmo jeito que dormi, e a vida vai junto ao ventoque traz a chuva gelada que cai em mim. E a minha mesquinhez lhe trouxe a dor do afeto inepto, sem ter do que dispor, meu eu que é maior do que há em mim, com falsas palavras eu me escondi e fugi. Arrasto-me pelo quarto, lamento do dia do meu parto como consolo a uma noite ruim que atravessei com a verdade em mim. Mas eu me escondi pra me encontrar e sequer que o medo é o meu lugar, meus versos rasos não são pra confessar que eu não sou eu e o meu eu aonde está. E a minha lucidez me trouze a dor das tréguas não abertas, da mágoa que restou. Não sei o que é maior, nem o que há em mim com falsas promessas eu menti e fugi.

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